quarta-feira, julho 09, 2008
Capital de giro
Todos falam sobre o assunto da vez: lei seca, bafômetro, multa. Eu não serei diferente.
Já ouvi dicas para escapar do resultado positivo do teste com base no peso e alimentação. Previsões para duração da lei. Críticas à Polícia Militar por não serem capazes de manter em ação o proposto pela lei, etc., etc., etc.
Em conversas informais, a disposição feminina em nome do bom relacionamento: “Vou o deixar beber e eu fico sóbria para voltar dirigindo”. “Esse final de semana ele bebe; no próximo, eu bebo”. A sabedoria dos jovens que não trocam a farra por nada: “Se for preciso, durmo dentro do carro”.
Essa é a fase de valores absolutos. Paga-se para se divertir e paga-se por se divertir. Há quem ache alto o valor de R$ 955 pela multa, mas não importa ou não comenta sobre um possível passeio de seis meses na prisão ou suspensão da habilitação por um ano.
Vem aí o Triângulo Music Festival! Camarote para os dois dias por R$ 300! “Opa! Vamos nessa!” Passou a Festança Junina, “Eu fui de camarote também.” E chegando lá “Nossa! Eu bebi todas!”.
Tudo é uma questão de valores. Estou disposto a pagar para curtir a vida, mas nem um pouco interessado em pagar pelas conseqüências. E aí? Quem paga a conta? Deveria ser só você. Nem sempre é. São as vítimas de trânsito também. Tem a família também.
Em regimes totalitários, proibição indica duas formas de se viver: aceita, ou, aceita as imposições. Em regimes democráticos, é como dizer, estou proibindo, mas você aceita se quiser.
Não adianta leis, multas, suspensão, prisão. Adiantaria lá no começo, ser rigoroso com as tentativas de se tirar habilitação. Resolveria bom senso. Se bem que no fim das contas, o imperativo de qualquer regime, em qualquer ocasião, é o capitalismo. Tem dinheiro? Então, paga!
Por Kelly Borges
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