terça-feira, junho 03, 2008

A FENAMILHO É PARA O POVO?

Por Fabiano Coury
fabianocoury@bol.com.br

A Festa Nacional do Milho surgiu no distrito de Bom Sucesso em 29 de junho de 1956 da necessidade de se criar um marco social que colocasse a cidade como um centro do agricultor. Em Patos de Minas, a festa só veio acontecer em 1959, e é bom lembrar que as primeiras festas tiveram caráter filantrópico e foram em benefício do Seminário Diocesano Pio XII.

Entretanto de uns anos para cá, a Fenamilho cresceu e expandiu horizontes. Foi-se as famosas barracas “Malvinas”, veio o “Paiolão”, foi-se o popular “Baiano”, veio artistas de nome fazendo encher o Parque de Exposições. A cidade com a festa ganha muito em termos financeiros (comércio, rede de hotéis), mas o tal “povo” não lucra quase nada.

Nos 50 anos da Festa os organizadoresfixaram um preço bem abusivo. Um exemplo foi o show de Ivete Sangalo custar R$50,00 reais e a pessoa ainda ser maltratada, pois não havia jeito de se movimentar. O Paiolão não foi diferente, muita gente e pouco espaço. E aí: A Fenamilho é do “povo”? Não, se não fosse a Prefeitura com os shows na Praça Fórum e no dia do aniversário da cidade, o tal “povo” ficaria apenas assistindo a festa pela TV local.

O Sindicato é evidente que precisa lucrar com seus eventos. O que não pode é “assaltar”. Ora, criticam a Prefeitura com a programação na praça fórum, mas esquecem que o público do parque que normalmente vem de outras cidades (Belo Horizonte e Brasília são as principais) nem chegam perto. O trabalhador, pai de família que recebe de um a três salários mínimos ao mês, não tem condições nenhuma de ir ao Parque. Não lhe resta alternativa, a não ser ir aos shows que a Prefeitura traz (com o imposto do cidadão).

A Festa do Milho não se lucra apenas com entradas. O que dizer de patrocínio como de uma empresa que vende bebidas, um banco e colégios? Estes pagaram uma boa quantia ao Sindicato para verem suas marcas no evento.

Em suma, que alguns bobões parem de dizer que a Festa do Milho no parque é para o povo da cidade. E que o sindicato faça o seguinte: pare de chorar e contabilize seus lucros em silêncio.

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Fabiano Coury nasceu em Patos de Minas. Se formou em História pela Unipam. E atualmente é aluno especial do mestrado de Ciência Política da UNB.

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