quarta-feira, março 05, 2008

De soja em soja...



POR ALEXANDRE MATEUS

A safra de grãos 2007/2008 será a maior da história segundo estimativas, chegando a 136,5 milhões de toneladas, tendo a soja como principal produto cultivado e exportado. Em entrevista à Folha de São Paulo em 2006, o especialista no setor, Anderson Galvão, disse: "A soja é um gigante muito machucado, mas ainda está vivo”. Declaração feita em virtude do cenário de dificuldades que se encontrava o cultivo do grão. “O crescimento desordenado da safra nos últimos anos deixou o produtor de soja economicamente rico - adquiriu mais terras e maquinários -, mas financeiramente pobre - acumulou dívidas que levarão pelo menos três safras para serem regularizadas”, acrescentou. Para Galvão, 2006 seria o ano da superação para o produtor de soja, 2007, o da estabilidade e 2008, o da recuperação. Dito e feito.

O preço da soja teve um aumento histórico em fevereiro deste ano, cerca de 20%, impulsionado pelos baixos estoques mundiais - os mais baixos dos últimos 25 anos -, pelo alto consumo do grão na China - país que, no ano passado, importou um terço das exportações brasileiras - e pela fabricação do biocombustível. A saca de 60 kg que, em Uberlândia, era comercializada, no mesmo período em 2007, a R$ 31,50 agora, é vendida por R$ 50,00.

O Brasil, maior exportador do grão e segundo maior produtor, comemora, pois, os lucros impulsionam a economia não só no que diz respeito às exportações, mas também pelo movimento de outros setores da economia ligados diretamente ao produto, como o setor de transportes e de armazenagem, além dos beneficiados pelo capital advindo das safras. Esta exportação recorde resulta também na força da nossa moeda nesse cenário de plena crise financeira global, na distribuição de riquezas no país e no superávit da balança comercial.

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